domingo, 6 de setembro de 2009 by Reciclagem de Artigos in

ESTAGIO
DADOS DA INSTITUIÇÃO“Teatro vem do grego, ‘théatron’, que significa panorama (lugar de onde se vê), ou seja, é o lugar onde as pessoas se reúnem com um objetivo em comum: assistir ao espetáculo. Nesse momento, o ator pode ser quem quiser, quando quiser, onde quiser... O público tem liberdade para analisar, se emocionar e até se pronunciar... Ocorre, então, a cumplicidade de palco e público... Tudo isso é mágico, fantástico, algo que somente o teatro pode proporcionar por completo. (...).”(CECCONELLO, Marielle)O TEATRO

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Assim como o teatro, a escola precisa ser um espaço que proporcione ao alunado a liberdade para se emocionar, para criticar, para criar: criar sua própria história, criar sua arte, criar seu próprio conhecimento... Onde escola (direção, professores, funcionários, comunidade, família) e alunos, interagindo e se inter-relacionando, formem um elo de cumplicidade, tornando o espaço escolar mágico, prazeroso e o aluno... o aluno ser ele mesmo: autêntico, consciente, gente... gente que sente, que fala, que grita, que chora, que rir: aluno na sua maior essência – PESSOA HUMANA.
Pensando nisso, fizemos da Creche Casulo Sonhar Juntos o nosso “teatro”.

A creche atende a crianças de 2 a 4 anos de idade, que moram na sede. Está situada na Avenida Presidente Vargas, s/n, centro, na cidade de Quijingue – BA, numa casa alugada. O espaço usado para o lazer das crianças é muito pequeno.
O espaço físico consta de: 05 salas, funcionando com 07 turmas – duas salas grandes que funcionam com duas turmas ao mesmo tempo, sem nenhuma divisória, com professoras diferentes e três salas pequenas com uma turma cada (as turmas variam entre 13 e 15 crianças).
As crianças são as personagens protagonistas do nosso “teatro”. O protagonista da história, geralmente, é um herói ou uma heroína que vive grandes aventuras e vence muitos obstáculos.
01 secretaria onde as coordenadoras, pedagógica e administrativa, executam as atividades burocráticas e pedagógicas; 01 cantina onde as crianças fazem as refeições - é um espaço pequeno; 01 cozinha; 01 espaço coberto onde fica o filtro de água e se colocam tapetes para as crianças brincarem; 01 sala pequena que serve para guardar materiais de uso dos alunos; 02 banheiros que são de uso tanto dos meninos quanto das meninas. Não tem banheiro para as professoras; 01 pequena área de circulação externa, internamente não há área de circulação. A conservação do espaço é boa, mas com pouca ventilação mesmo os ambientes não sendo forrados; o telhado é de cerâmica.
O quadro de pessoal é formado por: nossas personagens secundárias – são aquelas que participam da história auxiliando e enriquecendo as cenas.
O quadro de pessoal é formado por: nossas personagens secundárias – são aquelas que participam da história auxiliando e enriquecendo as cenas.
APRESENTAÇÃO
APRESENTANDO O ESPETÁCULO
“Os Saltimbancos”

“A escola é meio.
A escola não é fim.
O fim da escola é a sociedade.
O fim da sociedade é a humanidade, com toda carga semântica
que esta palavra sugere no tempo e no espaço.
O fim escolar, pois, é estar bem em convivência, em sociedade.
Assim, a aprendizagem vem da interação. O que a escola deve
ensinar é a estratégia de interagir, de aprender na socialização
de idéias e opiniões, para que o aluno, desde cedo, se prepare
para ação no meio social.
É a vida social, a verdadeira escola de tempo integral.”
(Vicente Martins – baseado na LDB)
Segundo os pensadores Henri Wallon, Lev Vygotsky e Jean Piaget, o desenvolvimento humano não resulta da ação isolada de fatores genéticos, tampouco de fatores ambientais – fatores esses, que agem controlando o comportamento do indivíduo, e sim, a partir das

vivências e trocas que os sujeitos estabelecem entre eles mesmos e o meio durante toda a sua vida.
Cabe a escola favorecer um ambiente que propicie aos educandos um convívio coletivo saudável, estimulando-os através de atividades lúdicas, como jogos, brincadeiras onde representam a vida real, a aprender com os colegas, a se relacionar bem com o outro e com o diferente.
Usar o lúdico como meio de interação é uma forma de auxiliar os educadores a tornarem as suas aulas mais atraentes, mais prazerosas onde as crianças através de brincadeiras e jogos vão aprendendo a respeitar seus limites e as limitações do outro e, conseqüentemente, a conviver em sociedade.
Diante disso é que foi escolhido trabalhar o teatro, onde “palco” (atores) e “público” (alunos) se interagem de forma lúdica, e as crianças se conhecem, se integram e se alegram.
Nesse contexto, mais do que aprender a conhecer, a psicopedagogia nos ensina a aprender a ser (LIMA, 2003), pois o comportamento humano agrega um conjunto de situações abstratas oriundas do próprio ser, adquiridas ao longo do tempo – passado e presente, e da interação do ser com o outro. Assim, através da psicopedagogia, busca-se as causas que dificultam a interação entre as crianças que vem refletir na dificuldade de aprender, com o objetivo de propor alternativas que propiciem as mesmas a descobrirem sua própria identidade e a identidade do outro – ser e conviver e a construírem seus próprios conhecimentos.
JUSTIFICATIVA
O teatro, o espetáculo, as personagens, os atos, as cenas...

É na convivência com as pessoas que se possibilita conhecer seus hábitos e costumes, onde as culturas se interagem e associados criam semelhanças em comum. São as relações interpessoais que influenciam nos aspectos sociais; no entanto, conhecer o outro ou a si mesmo não é tarefa fácil. Nesse aspecto, o lúdico faz-se necessário uma vez que propicia contentamento na vida através de sua satisfação pessoal e quando o sujeito está satisfeito com a sua própria vida, está também aberto para aceitar o outro, com toda sua diversidade, em seu contexto social.
O lúdico exerce um papel importante na interação entre os sujeitos, possibilitando a valorização do indivíduo e seu desenvolvimento intelectual.
Diante disso, foi que se pensou em usar o teatro como intervenção psicopedagógica na instituição, pois o teatro na educação dá ao aluno a oportunidade de se valorizar e de se integrar a um grupo, enaltecendo o seu senso de responsabilidade, onde o sucesso do trabalho acontece devido à soma dos esforços de todos, propiciando o desenvolvimento de cada um e de todo grupo, respeitando e complementando as diferenças.

OBJETIVOS

INSPIRAÇÃO

GERAL:
Refletir a cerca do homem diante das relações interpessoais, promovendo, de forma lúdica, a interação de bem estar, satisfação e compreensão do outro, para daí conhecer-se melhor enquanto sujeito e conviver bem em sociedade.

ESPECÍFICOS:
Valorizar a interação entre os sujeitos através da ludicidade.
Refletir as relações interpessoais, permitindo desvendar as reações diante das situações cotidianas e integrar valores para o meio social e boa convivência.
Buscar a integração dos valores como forma de fortalecimento na convivência com o outro.

Inspiração: a peça teatral tem sua idéia central, relativa a um tema; seu título e todas as cenas devem guardar uma relação clara e objetiva com essa idéia. (...) O público quer passar por emoções de simpatia e também de auto-estima e interação.
(Rubens Queiroz Cobra)
RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DIAGNÓSTICO
Procedimentos Metodológicos


ATOS E SENAS


“A peça de teatro divide-se em Atos e Cenas. Os Atos se constituem de uma série de cenas interligadas por uma subdivisão temática. As Cenas se dividem conforme as alterações no número de personagens em ação (...). O cerne ou medula de uma peça são os diálogos entre as personagens.”
(COBRA, Rubens Queiros)

Para promover o diálogo e a interação entre os sujeitos e, para melhor conhecê-los em seu convívio coletivo, foram necessárias algumas ações interventivas voltadas para o teatro, para o representar, como também algumas atividades individuais, envolvendo a coordenação motora – Atos.
Na prática das atividades propostas, procurou-se estimular o pensar, o dialogar e o interagir entre os sujeitos.
Cena I
Abertura às 9:20h, com a apresentação do grupo teatral “Triunfo”, apresentando a peça “Os Saltimbancos”. As crianças ficaram maravilhadas, deslumbradas. Participaram com os olhares, com as emoções.Professores e crianças assistiam à peça com atenção. Todos sentados em tapetes acompanhavam cada movimento das personagens, inclusive balançavam-se ao som da música. Surpresos e atentos a tudo...
Cena II



Às 9:50h as crianças voltaram para as suas salas de aula, depois que se acomodaram, foi realizada a 1ª oficina: “O retrato de si”.
Nesta oficina, as crianças desenharam livremente, no papel metro branco, o retrato de si, do colega que mais gosta, da professora e da escola. Esta atividade foi com a finalidade de observar como a criança ver essas “personagens”.
Na realização desta atividade foi observado que as crianças não apresentam afinidades com o lápis. Elas não desenharam praticamente nada, fizeram apenas alguns rabiscos.
A coordenação pedagógica informou, posteriormente, que a creche não utiliza mais as “atividades de coordenação motora”, só trabalha com o corpo da criança através de jogos como, por exemplo, jogar bola.
Cena III


As crianças sentaram em um semicírculo e se preparam para a 2ª oficina: “A arte de encenar é um espelho”.
Esta oficina teve como objetivos, despertar a criança para a valorização de si e encontrar-se consigo e com seus valores.
Com um espelho escondido no fundo de uma caixa, as crianças foram convidadas a conhecer a pessoa mais importante para cada uma delas; alguém a quem deveriam dedicar maior atenção, carinho e amor.
As crianças iam olhar a caixa com muita curiosidade; como foram orientadas para não revelarem quem estava dentro da caixa, guardavam segredo e quando um voltava do lugar onde se encontrava a caixa, o outro já ficava ansioso para ir. Depois falaram sobre o que viram, sobre elas mesmas. Algumas crianças não falaram nada. Na verdade tinham dificuldade para falar – eram muito tímidas e pouco motivadas para falar.
Logo em seguida, foi contada a história de “Branca de Neve”, pela psicopedagoga Maria do Carmo, através de slides no data show. Poucas crianças, realmente, prestaram atenção, apresentando um tempo de concentração maior, outras perdiam a concentração muito rápido, mesmo as imagens projetadas na parede sendo novidade.
Depois de explorada a história, foi feita a “atividade do espelho sem fundo”, onde as crianças, duas em duas, se olhavam e viam as semelhanças e diferenças entre elas. Em seguida, encenaram uma parte da história, ao modo delas, em que a madrasta malvada conversava com o espelho mágico.
Cena IV


A surpresa! Emília visita as crianças... Na 3ª oficina; “A capacidade criadora”, Emília – psicopedagoga Delma Rocha – conta as fábulas de Monteiro Lobato: “A cigarra e a formiguinha boa” e “A cigarra e formiguinha má”, com o objetivo de as crianças diferenciarem o “bom” do “mau”.
As crianças ficam maravilhadas com a Emília... Elas comentam sobre as duas versões da fábula; só que não entendem o que é ser “boa” e ser “má”. Quando perguntado se elas gostaram mais da formiguinha boa ou da formiguinha má, responderam, com insegurança, que da má, da boa... e quando perguntado o que era ser “má”, não sabiam dizer. Explicamos sobre o assunto... A verdade é que eles estavam tão encantados pela Emília, que não prestavam atenção no que era falado.
As crianças não conseguiram recontar a história.
Ao final das oficinas, percebe-se a necessidade de mais uma visita para avaliar a coordenação motora das crianças. Para tanto, foram realizadas algumas atividades (em anexo).

RECURSOS



CENÁRIO




O cenário compõe elementos físicos e virtuais que determinam o espaço físico, como também os objetos de seu interior: cores, texturas, estilos, mobiliários...

Os recursos utilizados na realização das atividades interventivas estavam coerentes com os objetivos. A relação que se segue inclui também os materiais usados na confecção dos recursos didáticos que serviram de suporte para a realização das atividades planejadas: duplex, tesoura, estilete, isopor, caixa, espelho, cola, computador, data show, aparelho de som, CD de músicas, câmera digital, fotocópias, fita adesiva, lápis de cores, lápis preto, papel oficio, papel metro branco, malhas pretas e azul, tapetes, colchonetes...
CULMINÂNCIA



FINAL FELIZ


“O final feliz precisa ser crível, aceitável para os espectadores como a melhor opção, ou como desfecho claro e compreensível que satisfaz de modo inteligente ao suspense, traz o alívio que dissipa as tensões do clímax, e espalham sentimento de compensação plena na platéia” (Rubem Queiroz Cobra)
É chegada a hora da despedida. A 4ª e última oficina é só festa: “A criança e o espaço corporal”. Ao som da música “Desengonçada” de Bia Bedran, as crianças dançam e representam o que se pede, com um pouco de dificuldade, mas tentam
CULMINÂNCIA



FINAL FELIZ


“O final feliz precisa ser crível, aceitável para os espectadores como a melhor opção, ou como desfecho claro e compreensível que satisfaz de modo inteligente ao suspense, traz o alívio que dissipa as tensões do clímax, e espalham sentimento de compensação plena na platéia” (Rubem Queiroz Cobra)

É chegada a hora da despedida. A 4ª e última oficina é só festa: “A criança e o espaço corporal”. Ao som da música “Desengonçada” de Bia Bedran, as crianças dançam e representam o que se pede, com um pouco de dificuldade, mas tentamÉ o braço direito, é o braço direitoÉ o braço que eu vou acordarÉ o braço esquerdo, é o braçoEsquerdoOs dois juntos que eu vou acordar(refrão)É o joelho direito, é o joelho direitoÉ o joelho que eu vou acordarÉ o joelho esquerdo, é o joelhoEsquerdo,Os dois juntos que eu vou acordar(refrão)É o pé direito, é o pé direito, é oPé direito agoraÉ o pé direito, que eu vou acordarÉ o pé esquerdo, é o pé esquerdoÉ o pé esquerdo agoraOs dois juntos que eu vouAcordar.O encontro foi finalizado com a entrega das lembrancinhas para cada criança, contendo um lápis preto, uma borracha, uma caixinha surpresa com balas, e um livrinho com diversas atividades de coordenação motora e um delicioso almoço.
Tanto as crianças quanto os adultos ficaram felizes com o encontro e com as lembranças.



AVALIAÇÃO



MICRO-RUBRICAS SUBJETIVAS




“As micro rubricas subjetivas interessam principalmente aos atores: descrevem os estados emocionais das personagens e o tom dos diálogos e falas” (Rubem Queiroz Cobra)

O momento da avaliação foi muito proveitoso, onde as análises expressam as condições de confronto vividas por todos: o momento de interação, as falas, a desenvoltura na resolução dos problemas levantados, e as soluções elaboradas a partir dos elementos inseridos nas situações de aprendizagem.
A avaliação foi centrada no processo pedagógico, pois a intenção era perceber o nível de desenvolvimento real da criança, sua relação e integração com o outro no seu convívio social.
As ações psicopedagógicas foram avaliadas constantemente para que seus efeitos pudessem ser observados, e re-significados, servindo de indicadores para as intervenções posteriores.
Para tanto, a avaliação indicada foi a diagnóstica, permitindo que personagens protagonistas – alunos e personagens secundárias – professoras e demais segmentos da escola estejam envolvidos e integrados em relações saudáveis que irão favorecer a busca de melhores estratégias na resolução das dificuldades apresentadas, pois avaliar é, sobretudo, pautar as mudanças que precisam ser feitas (AROEIRA,1996,154), em prol de uma aprendizagem significativa e a inserção dessas crianças na sociedade.
REFERÊNCIAS




HAETINGER, Max Günther. Universo criativo da criança na educação. 4ª edição.Porto Alegre: Criar, 2005.

AROEIRA, Maria Luísa Campos. Didática de pré-escola; vida criança: brincar aprender / Maria Luísa C. Aroeira, Maria Inês B. Soares, Rosa Emília de A. Mendes. – São Paulo: FTD, 1996.

FAGALI, Eloisa Quadros. Psicopedagogia institucional aplicada:Aprendizagem escolar dinâmica e construção na sala de aula / Eloisa Quadros Fagali e Zélia Del Rio do Vale. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

BEAUCLAIR, João. Para entender psicopedagogia: perspectivas atuais,desafios futuros. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Wak Editora,2007.

WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clinica: uma visão diagnostica dos problemas de aprendizagem escolar. 12ª ed.Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.


SÁNCHEZ-CANO, Manoel.Avaliação Psicopedagógica / Manoel Sánchez-Cano, Joan Bonals organizadores; tradução Fátima Murad.Porto Alegre:Artmed,2008.

ESTAGIO
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DADOS DA INSTITUIÇÃO

“Teatro vem do grego, ‘théatron’, que significa panorama (lugar de onde se vê), ou seja, é o lugar onde as pessoas se reúnem com um objetivo em comum: assistir ao espetáculo. Nesse momento, o ator pode ser quem quiser, quando quiser, onde quiser... O público tem liberdade para analisar, se emocionar e até se pronunciar... Ocorre, então, a cumplicidade de palco e público... Tudo isso é mágico, fantástico, algo que somente o teatro pode proporcionar por completo. (...).”
(CECCONELLO, Marielle)

O TEATRO

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quinta-feira, 3 de setembro de 2009 by Reciclagem de Artigos in

A valorização do tudo-sei pela repressão do não-saber.
Chafic Jbeili (24/11/2008)
"Tudo que sei, é que nada sei". Com esta afirmativa, Sócrates foi tido como falso-modesto. Suas explicações sobre a vida, o céu e a Terra; e tudo que havia entre estes não condizia com o nada-sei socrático. O sábio filósofo, entretanto, não fazia esta afirmativa em cima do que estava cônscio saber, muito menos sobre um saber natural, mas daquilo que ele sabia não saber.
Quando Sócrates recebeu do oráculo, o título de homem mais sábio de sua época resolveu averiguar se era realmente merecedor deste título. Se ele fez isto por puro narcisismo, por baixa auto-estima ou por mera curiosidade, não importa, a verdade é que, o jovem foi a campo pôr à prova o mérito recebido:
Sócrates arguiu os célebres sofistas, os ecléticos políticos, os eloqüentes poetas e até os habilidosos artesãos. Todos não souberam explicar o que aparentavam dominar, era um domínio artificial ou natural e espontâneo. Foi então que Sócrates chegou à conclusão que, é mais sábio o homem que tem consciência daquilo que não sabe, do que aquele que julga ser sabedor de alguma coisa.
Quantas pessoas não se enaltecem por causa de um dom ou habilidade como se tivessem plena consciência daquilo que fazem sem saber explicar como souberam fazê-lo? Afirmam-se no suposto saber e não admitem estarem equivocados ou ter necessidade de saber mais. Não dão o braço a torcer! Sustentam suas idéias e opiniões até o último momento e depois dizem que o problema está no receptor e não no transmissor ou na própria mensagem.
É na infância que o "não sei" começa ser reprimido pela negligência e impaciência dos pais aos "porquês" dos filhos. Na verdade, não é a curiosidade do filho que incomoda, mas a situação de ter o não-saber parental sendo provocado, revolvido eu diria.
É na escola que esta repressão ganha respaldo científico, pela valorização do "tudo sei". A cultura da prova e da avaliação quantitativa conduz a este pensar pouco construtivista. Aos debilitados, desatentos, desprivilegiados de memória, resta a infame "cola" escolar, semente do plágio acadêmico na universidade que se transformará na árvore da falsidade ideológica.
Quão mal pode fazer ao ego imaturo admitir a própria ignorância, o próprio não-saber? Valorizar o não-saber ao invés de se gabar de um saber natural ou de uma boa memória é uma demonstração de sabedoria e não de incompetência.
Por quê exatamente algumas pessoas temem dizer "eu não sei"? Medo de serem reprovadas nos testes? Ridicularizadas? Rejeitadas? Desrespeitadas? Eu, Chafic, realmente não sei.
É incrível como as pessoas elaboram respostas e manipulam palavras com a habilidade de um orador, político, poeta ou de um artesão na vã tentativa de tentar explicar o inexplicável ou aquilo que não se sabe ou, ao menos, mal consegue admitir não saber. O conselho oriental adverte: "Aquele que não sabe e não sabe que não sabe, ignora-o. Aquele que não sabe e sabe que não sabe, ensina-o. Aquele que sabe e sabe que sabe, siga-o!".
A melhor e mais sábia resposta ante um eventual não-saber é sempre um simples "eu não sei"; não como falsa modéstia, mas como expressão da verdade, naquele momento – E a verdade com amor, é sempre a expressão de respeito para com o outro – Reaprenda dizer "eu não sei"; em respeito ao outro, em respeito a você mesma e, experimente o poder do não-saber!
Como você