Família e Escola: parceria necessária
segunda-feira, 26 de abril de 2010 by Reciclagem de Artigos in

Por cerca de dois séculos, família e escola viveram em lua-de-mel. O que a escola determinava, fossem tarefas ou sanções, a família endossava. Assim, crianças e jovens sentiam, nas figuras de autoridade que as orientavam, coesão e homogeneidade. Com isso, o poder educacional das duas instituições alimentava-se mutuamente. E as novas gerações adquiriam seus valores e seus saberes (intelectuais e morais) sem maiores problemas. De repente, observa-se que já não existe essa fé: os pais parecem estar desconfiados de professores e vice-versa. É como se repentinamente o encantamento tivesse se quebrado. O comum hoje é os pais irem à escola questionar desde as tarefas escolares até a avaliação e o calendário, ou, depois de matricularem os filhos, entregarem à escola toda a problemática relacionada à educação (quer se trate de conteúdo ou de formação ética). Ambas as atitudes em nada contribuem para o crescimento intelectual e afetivo de nossas crianças. Se a relação está abalada, devemos buscar as causas para aplainar as arestas que muitas vezes nascem de idéias equivocadas, veiculadas por alarmistas que sequer detêm conhecimentos pedagógicos fundamentando suas críticas. Uma coisa, porém, é certa: quando pais não confiarem mais na escola (e vice-versa), o caos estará instalado e nossos filhos, perdidos.

Acompanhar e zelar para que os filhos recebam da escola a formação necessária é um direito e um dever dos pais. Não se trata, portanto, de postular que o “magister dixit” reencontre espaço numa época em que a razão e a consciência devem ser as molas-mestras das ações de todos. Trata-se antes de evitar que a desconfiança floresça, alimentada pela insegurança que permeia as relações sociais de hoje e que começa a minar também a crença da família na ação da escola.

Por que essa confiança se perdeu? Por vários motivos. Um deles é o fato de que muitos pais têm hoje conhecimentos que os tornam capazes de perceber falhas ocasionalmente cometidas pelas escolas. Mas esse seria o lado positivo, se não houvessem muitos conceitos mal compreendidos. Daí que, por vezes, as reclamações tornam-se infundadas. Reclamar é um direito. Resta saber, do quê e de que forma fazê-lo para não comprometer a confiança que nossos filhos depositam em seus mestres. Talvez seja muito mais perniciosa para uma criança a desconfiança em seus orientadores, do que o fato de esse sentimento ter ou não fundamento.

Algumas agências educacionais de fato atuam quase que exclusivamente voltadas para o lucro. Qualquer instituição tem que, obviamente, ser saudável administrativamente, o que significa arcar com os compromissos e sobreviver com dignidade. Mas quando se vê que algumas agem apenas em função do sucesso financeiro, pode-se compreender porque a confiança se esvai. A essa lógica equivocada, poderia contrapor que a melhor forma de tornar uma escola lucrativa é investindo na qualidade da educação. É uma fórmula quase milagrosa...

Outro fator é o crescente assoberbamento de funções dos professores: orientação sexual, ecológica, ética, de trânsito são algumas das tarefas que se somaram ao currículo, sem uma contrapartida de incremento de tempo e infra-estrutura que possibilitem um trabalho docente eficiente. O que também concorre para a falta de confiança na ação das escolas. Não significa, no entanto, que tudo está perdido, nem que todo professor trabalhe mal. Pelo contrário, em meio a tanta dificuldade - má remuneração, carga horária imensa, excesso de alunos em sala de aula, falta de limites e de recursos - encontramos milhares de educadores que não abandonam a luta por motivar, ensinar, formar e mostrar aos seus jovens alunos a beleza e o poder das idéias...

Decerto existem outros fatores que agravam o descasamento família/escola. Como, porém, enfrentar essa problemática antes que ela se torne irreversível? É claro que não podemos, num artigo, apresentar soluções para questões estruturais. No entanto, no que tange à relação família x escola, podemos partir de um olhar objetivo, sem preconceitos mútuos. Significa dizer que a solução imediata depende do desejo real de entendimento e harmonização de ambas as partes.

Por parte dos pais constitui, por exemplo, saber priorizar o que é essencial para que os filhos caminhem em direção ao saber e à socialização. Isso inclui posicionar o projeto pedagógico como o quesito “número um” na escolha da escola - e a confiança na opção feita, como base para uma parceria verdadeira.

Por parte da escola, compreende o oferecimento de estratégias eficazes de ensino, avaliação e recuperação. Sem falar da necessidade inquestionável de manter professores atualizados, com domínio de conteúdo e de metodologia. Inclui também, de ambas as partes, a compreensão do conceito de conflito como situação manejável e até enriquecedora, bem distinta de confronto. A presença dos pais na escola, trabalhada adequadamente, traz enfoques de grande valia para o processo pedagógico.

Fundamental é que a credibilidade da agência educadora seja mantida – para o bem dos nossos jovens e da sociedade como um todo.

Multidisciplinaridade; Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade
sábado, 10 de abril de 2010 by Reciclagem de Artigos in

Multidisciplinaridade; Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade
Inter = entre um e outro, entre dois, duplo
multi = muitos, múltiplos, multiplicação, diversos
trans = transferência, transformação, trânsito
Uma equipe Interdisciplinar, ou seja, entre umas e outras equipes.
Uma equipe multidisciplinar porque estão envolvidas mais do que duas equipes.
Equipe transdisciplinar porque ocorrem trocas entre o que é interno e o que é externo à nossa pesquisa
a grande diferença entre os três é que o interdisciplinar e o multidisciplinar estão ainda presos às disciplinas. Ao passo que o transdisciplinar quer ir além

No currículo escolar, sua importância para a Educação, assim como, sua contextualização/globalização dos conteúdos, competências a serem desenvolvidas, uma prática pedagógica que reúne tais características é justamente a Interdisciplinaridade. Com isto, o Ensino/Aprendizagem deve ser estruturado na Interdisciplinaridade, propondo uma integração das diferentes áreas do conhecimento, levando a sua unificação, cooperação e troca de informações cabendo, portanto, ao professor iniciar esse processo.
Realizar uma nova conexão entre a teoria e a prática na escola e comprovar se está sendo realizado um ensino globalizado. A intenção de que o aluno globalize os conteúdos e as aprendizagens é uma das orientações expressas pela atual reforma educativa, e também uma preocupação do professorado, pela adequação de seu trabalho à realidade social e cultural contemporânea.
O desenvolvimento de uma pedagogia, ou mais precisamente de uma pedagogia de projetos que possibilite ao professor criar suas próprias teorias e praticá-la relacionada com o que este trabalho proponha.

As definições teóricas conceituais sobre as relações entre as diferentes disciplinas podem se dar em três níveis de organização: Multidisciplinaridade; Interdisciplinaridade e mais recentemente a nova Transdisciplinaridade
A prática do ensino dos professores sendo transdisciplinar é diferente da prática de ensino dos professores interdisciplinar ou multidisciplinar e muito diferente da prática dos professores disciplinar.

A Multidisciplinaridade trata da integração de diferentes conteúdos de uma mesma disciplina, porém sem nenhuma preocupação de seus temas comuns sob sua própria ótica, articulando algumas vezes bibliografia, técnicas de ensino e procedimentos de avaliação de conteúdos. Na Multidisciplinaridade, recorremos a informações de várias matérias para estudar um determinado elemento, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre si. Neste caso, cada matéria contribui com suas informações pertinentes ao seu campo de conhecimento, sem que houvesse uma real integração entre elas. Essa forma de relacionamento entre as disciplinas é a menos eficaz para a transferência de conhecimentos para os alunos

As disciplinas interagem entre si em distintas conexões, existe uma coordenação. O professor tentará formar o seu aluno a partir de tudo que ele estudou na sua vida. O ensino baseado na Interdisciplinaridade proporciona uma aprendizagem bem estruturada e rica, pois os conceitos estão organizados em torno de unidades mais globais, de estruturas conceituais e metodológicas compartilhadas por várias disciplinas, cabendo ao aluno a realização de sínteses sobre os temas estudados.
Quanto a Transdisciplinaridade é uma pedagogia de educação proposta recentemente, com vinculação à complexidade, do pensamento complexo e epistêmico, sendo tratado com muita propriedade por Edgar Morin. Nesta pedagogia as relações não iriam apenas de integração das diferentes disciplinas, está nova elaboração do Ensino/Aprendizagem e vão muito além; para ela não devem existir fronteiras entre áreas do conhecimento e à interação chega a um nível tão elevado que é praticamente impossível distinguir onde começa e onde termina cada disciplina.
Nesta pedagogia as relações entre as disciplinas consistem em proporcionar aos alunos, aos adolescentes que vão enfrentar o mundo do terceiro milênio, uma cultura, que lhes possibilitará articular, religar, contextualizar, situar-se num contexto e, se possível, globalizar, reunir os conhecimentos que foram adquiridos em toda à sua vida.

Esse novo paradigma da complexidade e também que trata da nova Transdisciplinaridade é implica na reforma do pensamento dentro do processo de ensino/Aprendizagem, portanto, deve gerar-se a partir dos próprios professores e não do exterior, também contém uma necessidade social-chave, que é colocada por MORIN
(op.cit.) “formar cidadãos capazes de enfrentar os problemas de seu tempo”. Uma mudança dessa escala deve ser desenvolvida no Ensino/Aprendizagem de modo a solucionar os problemas de fenômenos que ocorrem em toda a sua vida a partir do conhecimento adquirido para que o indivíduo possa aplicá-lo em toda à sua existência. Segundo Edgar Morin (op.cit.) “essa reforma deve começar no Ensino dos professores”, ou seja, no processo da sua formação.
karmem 10/04/2010