Indisciplina: Como lidar com ela?
sábado, 30 de abril de 2011 by Reciclagem de Artigos in

Cada aluno é de um jeito: tem sua própria história, vida é personalidade. Juntos, eles somam tudo isso a um coletivo repleto de energia da idade, o que é freqüentemente visto como indisciplina.
Pais e Familiares
São os principais exemplos de conduta para os pequenos, mas você professor (a) tem papel importante na formação deles. “Uma das funções da escola é civilizar o individuo, não sendo condescendente com a agressividade exagerada.

Não pense que o problema é só seu.
Escolas de todos os níveis sociais, no mundo inteiro, têm de enfrentar a questão da disciplina, sem recorrer a castigos e mantendo sempre vivo o interesse do aluno.
Veja alguns modos de tornar isso possível.

O que fazer diante de uma classe repleta de baderneiros?
Como botar ordem no caos?
De quem é a culpa?
Com certeza você já se deparou ao menos uma vez com essas perguntas. Realmente, conquistar a disciplina em sala tornou-se um verdadeiro desafio para o ensino nos dias de hoje, tanto nas instituições públicas como privadas, e merece uma séria reflexão.

Não trataremos aqui de atos de vandalismo contra escolas, nem de desajustes decorrentes do uso de drogas – por sua própria relevância e abrangência, tais temas merecem um artigo á parte.
Vamos pensar no que acontece dentro da classe, quando o professor tenta desenvolver o conteúdo de sua disciplina para crianças ou adolescentes desinteressados, apática, bagunceira, isto é, indisciplinados. Talvez alguns professores saudosistas (e até mesmo os progressistas), numa situação de desespero, sonhem em punir severamente; “à antiga”, os baderneiros: expulsar da sala, tirar pontos da nota, ganhar “no berro”, enfim, reprimir severa e exemplarmente os “maus elementos”. Era desse jeito que a antiga escola procedia. Mas o seu modelo era apropriado a um quartel, onde prevalece a hierarquia. Tanto nas famílias como no ensino, a disciplina era obtida à custa de medo, subserviência e coação.
Ora, se o ensino é um direito da criança e do adolescente e um dever do Estado, no intuito de promover pessoas livres, autônomas, capazes de exercer plenamente a cidadania, não nos interessa criar um exército amedrontado de pseudo-cidadões, quer dizer, gente que vai para uma guerra desconhecida.
Vamos pensar juntos. Qualquer exército forma tropas para combater em algum tipo de guerra. Se você, educador, seguir a mesma orientação dada às tropas, fica a pergunta: quem é o inimigo? Resumindo, queremos formar gente autônoma, emancipada, livre e consciente, capaz de fazer suas próprias escolhas.
Para começar, vamos adotar o conceito atual de disciplina, que vem a ser o reconhecimento da atividade em grupo, harmonicamente supervisionada por uma autoridade externa (no caso, o professor). Esse reconhecimento pressupõe, da parte do aluno, valores éticos anteriores à escolarização: entendimento de regras comuns, partilha de responsabilidade, cooperação, reciprocidade, solidariedade etc.E, acima de tudo, reconhecimento dos direitos do outro, sem o que fica impossível a convivência em grupo.
Fácil? Não, dificílimo, porque tais noções vêm da família (existem, mas raríssimos, os alunos que as desenvolvem por conta própria). E nem toda família tem condições de fornecer tais valores. Nessa hora, a convivência, a troca de idéias – caso a caso, aluno por aluno – é premente. As próprias famílias, alias, costumam ser mais permeáveis do que a gente pensa: de um modo geral, aceitam as noções vindas da escola e tentam à sua maneira colocá-las em prática.
Agora, quando a família está indisponível ao educador, o professor tem de assumir esse papel.

O trabalho escolar é para se constituir em prazer o que não significa lazer.
Esse tipo de confusão é comum e acaba acarretando inúmeros problemas, sobretudo de disciplina.

Por uma nova disciplina

Em primeiro lugar, é preciso abandonar os clichês do tipo ”o adolescente é rebelde e revoltado pela própria natureza”, “as crianças são naturalmente egocentradas e indisciplinadas”.
Ninguém nasce rebelde ou disciplinados: Trata-se de um comportamento construído. Se antigamente disciplina equivalia ao silêncio absoluto, a disciplina desejada hoje é a do interesse e da participação. É importante que o aluno fale, dê sua opinião, de modo que possamos acompanhar suas descobertas e sua aprendizagem. Aqui, a sua atuação é decisiva, pois uma coisa é verdade: com exceção de casos patológicos, crianças e adolescentes são muito curiosos. Eles adoram aprender, desde que o conhecimento não lhes pareça impingido e, sobretudo, quando seu interesse e participação são estimulados.
Mas eles também gostam de ser respeitados: Valorizam a sinceridade, o jogo aberto de um professor.

Tome Nota

O dia-a-dia da sala de aula prepara certas armadilhas para o professor. Para evitá-las, convém estar atento a algumas orientações mínimas, mas fundamentais.
•Não repreenda o aluno na frente da classe, chame-o em separado para conversa.
•Nunca humilhe o aluno, com atos ou palavras.
•Se alguém for motivo de riso por parte da classe, interrompa tudo e discuta com a turma o motivo desse comportamento, até que todos concordem que não se deve rir dos outros (é uma falta de respeito!).
•Evite a todo custo ter um “queridinho” na classe.
•Não discrimine ninguém por sua aparência, origem social ou mesmo comportamento inadequado.
•Seja sincero, franco e aberto.
•Certifique-se de que todos compreenderam e assimilaram as regras estabelecidas, seja bem claro.
•Dê-lhes a oportunidade de se manifestar durante a aula.
Algazarra em classe, brigas, xingamentos depredação e até agressões a professores não acabam com gritos ou ameaças. O fim indisciplina acontece quando os alunos são ouvidos, conhecem o objetivo de cada atividade e negociam a melhor maneira de atingi-los.
Algumas práticas que você pode adotar para reduzir o comportamento agressivo.
O que fazer em classe na hora na bagunça.

Nem todas as escolas têm um projeto que contemple a questão da disciplina. Por isso às vezes, os professores enfrentam esse desafio sozinhos. Aqui algumas sugestões para amenizar o problema.
•Não grite. Se o barulho se sobrepõe à sua voz, espere em silêncio: A turma vai perceber que isso está prejudicando a aula.
•Recorra aos contratos. Se as regras coletivas são claras e todos estiverem de acordo, fica mais fácil chamar a atenção quando ocorre uma transgressão.
•Seja coerente com o que pede aos alunos. Não adianta cobrar pontualidade se você chega atrasado.
•Não considere a indisciplina um ataque pessoal. Não aceite provocações para não reforçar comportamentos indesejados.
•Seja enérgico quando necessário sem perder o afeto. Faltas graves merecem atitudes firmes. O dialogo e reflexão não eliminam a sanção prevista.
•Não desanime. A assimilação da disciplina é um processo gradativo e exige investimento. Você terá repetir o discurso para o mesmo aluno.

Para promover a boa convivência do grupo.
•Oriente os alunos a avisar você quando acontecer uma agressão
•Jamais incentive crianças a responder a atos agressivos com violência.
•Converse com a turma sobre o que certo e o que é errado e combine regras de boa convivência.
•Conte historias sobre amizade, amor e relações tranqüilas.
•Recompense as boas condutas.
•Programe atividades físicas em que os alunos gastem energia.
•Realize brincadeiras em que haja contato físico entre as crianças, como as rodas.
•Leve a garotada para brincar ao ar livre.
•Aplique técnicas de relaxamentos.
•Monte uma brínquedoteca.

Como ajudar o estudante agressivo
• Crie uma relação de amizade e confiança com ele.
•Estabeleça claramente os limites.
•Incentive manifestações de afeto, segurança, senso de responsabilidade e cooperação.
• Nunca grite, brigue ou descrimine esse aluno.


Ref. Nova Escola/2005.