DIFICULDADE DE ESCRITA
quinta-feira, 19 de novembro de 2009 by Reciclagem de Artigos in

O ato de escrever, em todas as suas fases, é um objeto de reflexão.

A compreensão de que a escrita representa o sistema fonológico da língua contribui para a fundamentação de propostas de alfabetização pelos professores. O saber dos docentes sobre a leitura e a escrita, combinado ao conhecimento do modo pelo qual a criança realiza o processo de aprendizagem, abre novas perspectivas para a pratica docente, porém, a aquisição da escrita requer o conhecimento das estruturas fonológicas da língua e de como as unidades gráficas se conectam ás unidades faladas. Uma proposta de ensino articulada ás necessidades reais das crianças inclui intervenções do docente sustentadas por fundamentos teóricos sólidos.
Este trabalho é um estudo exploratório desenvolvido em colaboração entre uma professora de 4ª série do ensino fundamental de uma escola municipal Manoel Fidelis da Silva na cidade de Quijingue-Bahia.
O objetivo desse estudo de caso foi analisar os erros ortográficos da turma, 40 alunos do turno matutino. Foi feita a observação ortográfica e todas as crianças apresentaram erros nas atividades envolvendo ditado.
Pode-se afirmar que há uma dupla necessidade: aprender a ler e a escrever, assim como aprender a utilizar a leitura e a escrita para aprender (Gallart, 2001).
Os professores demonstram constante preocupação em relação aos erros ortográficos apresentado pelos alunos e estão sempre se indagando de que forma deve ser feita a intervenção buscando a intervenção ortográfica.
É possível concluir que alem das habilidades metalingüísticas, é essencial um domínio de vocabulário para um bom desempenho na avaliação da escrita envolvendo provas de ditado.
A audição é primordial para a aquisição da linguagem oral, pois as referencias acústicas e articulatórias servem de base para a oralidade e consequentemente com o domínio da escrita.
Na hora do ditado de frases foi notável certa dificuldade de percepção auditiva da fala.
Em relação a classe a maioria reside na zona rural e possuem uma família distante do mundo da leitura, pela falta de oportunidade, de tempo de contato com a escrita e com pessoas que dela fazem uso.
Como instrumento de avaliação foi utilizado a observação ortográfica, e aplicado um ditado composto de 30 palavras, construção de frases com as palavras ditadas e, ditado do texto.
A avaliação foi realizada em três dias, pois foi aplicado apenas um tipo de ditado por dia.
Eles se apóiam nos mecanismos da oralidade para grafar as palavras.

AMOSTRAS DA AVALIAÇÃO ORTOGRAFICA
Foram observadas situações de escrita e leitura de textos com os alunos e a maior dificuldade foi entre G e J nas palavras. Pois são pronunciadas da mesma maneira quando seguida das vogais e e i.

Ditado de palavras:
Coragem – (corajem) (coraguem) (coragen)
Prestigio- (prestigo) (prestijio)
Refugio- (refujo) (refuguio)
Berinjela- (berigera) (berijela)
Garagem- (garaje) (garaji)
Laje- (lagi) (lague)
Jerimum- (guerimum) (gerimun)
Viajei- (viagei) (viajei)
Relógio - (relojio) (relojo)
Gelo- (jelo) (jelu)
Ditado de frases:
Teio (corajem) pra tudo
Gosto de xoxolati (prestijio)
Refujo na escola
Berigera se come
Garaje e para as pessoa estaciona carro camião moto
Gosto de toma banho na laje
Guerimum e uma fruta que come
Viaguei pra bem lonje
Relojio de oro
Jelo de jeladinho

Ditado de texto:
É um cheiro de cajá maduro e um canto de galo distante e um zurro de jegue damasco do cercado da comadre. Passou o caminhão, cacho de gente.
É um chero de cajá maduro um camto de galo distamte e um zurro de jege damasico do cercado da comdri. Passou o camião caxo de gente.
É uma relação entre sons e letras, o erro ortográfico é um fato preocupante e pouco compreendido no contexto da aprendizagem escrita. Escrevem como pronunciam as palavras.
É de fundamental importância para todos os aspectos da escrita: o que é som; o que é letra; que as letras escrevem sons; e que os sons podem ser transformados em letras.
Quando falamos sobre o aprendizado da linguagem escrita, não podemos nos esquecer de que ela corresponde a um objeto cultural muito complexo, desafiador e repleto de convenções e arbitrariedades. Podemos afirmar que temos uma tendência biologicamente determinada para falarmos. A língua falada é uma marca característica de toda humanidade, desde tempos muito remotos. Nascemos para falar. Entretanto o mesmo não ocorre com a escrita. Ela não é uma criação biológica, mas sim cultural, uma invenção social. Se por um lado, estamos de certa forma programada para falar, por outro, devemos criar recursos para ensinar alguém a escrever.
Nesse processo a atuação do professor é de vital importância, uma vez que dele depende a instauração de novos critérios que permite e criança avançar na escrita e na leitura e na compreensão da s múltiplas realidades.

Trabalho apresentado ao Curso de Pós-Graduação LATO SENSU \PSICOPEDAGOGIA – para Linguagem e Desenvolvimento Cognitivo

Ministrado pela Mestra Marisela Rocha



Referencias bibliográficas:

· ZORZI, Jaime Luiz aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita, questões clinicas e educacionais. Editora Artmed, 2003
· TEBEROSKY, Ana e TOLCHINSKY, Liliana Além da alfabetização a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. Editora Ática 1995
· SARAIVA, Juracy Assmann, Literatura e Alfabetização do plano do choro ao plano da ação - Porto Alegre: Artmed Editora,2001