RESENHA DO FILME: SEMPRE AMIGOS
quinta-feira, 19 de novembro de 2009 by Reciclagem de Artigos in

SEMPRE AMIGOS. Direção: Peter Chelsom. Produção: Jane Startz e Simon Fields. Direção de fotografia: Jhon de Borman. Interpretes: Sharon Stone; Gena Rowlands; Harrydean Stanton; Kieran Culkin; Elden Helson e Gilian Anderson. Roteiro: Charles Leavitt. Música: Trevor Jones. EUA: Paris Filme, 1998. DVD (102 min.). Color. Produzido por Videolar S/A.

O referido filme relata a parceria, a amizade e as dificuldades enfrentadas por dois garotos; Kevin (Kieran Culkin), um garoto que sofre de uma doença degenerativa, extremamente inteligente, mas isolado do convívio social por conta de seu problema; por esse motivo aprendeu a viver no mundo da imaginação, juntamente com sua mãe protagonizada pela atriz (Sharon Stone) que sempre exercia postura psicopedagógica, envolvendo-se nas histórias imaginárias de Kevin, dando ao mesmo subsídio para superar as suas dificuldades. E Max (Elden Henson) de 13 anos, é um gigante, devagar na escola e sem coragem, nunca teve amigos. O mesmo é rejeitado pelos colegas da mesma idade por conta de um problema de desenvolvimento: o cérebro não acompanha o corpo, fazendo com que ele repetisse de ano por vezes consecutivas, tendo uma condição familiar desagregadora, em que a figura do pai traz traumas, impedindo desse desenvolver intelectualmente e na relação com os outros, principalmente no ambiente escolar, no qual seus colegas o tratam como aberração, se recolhendo ao vazio, ao nada.
No decorrer dessa produção cinematográfica uma nova vida começa para os dois meninos, algo tende a mudar com a chegada do menino Kevin; o mesmo vai morar ao lado da casa de Max. Quando esses dois jovens se encontram, uma bela amizade nasce propiciando no decorrer desse encontro um amálgama perfeito de inteligência e força. Os dois são tratados pelos colegas no ambiente escolar que freqüentam, com atitudes preconceituosas e malvadas, devido suas condições tidas como “anormais”. Pode-se perceber o quão são injustas as relações de convivência, quando não representamos o ideal ou saímos do comum, principalmente quando somos crianças e essas relações não são bem construídas.
Entretanto o filme demonstra que essas duas crianças possuidoras desses estereótipos vão se unir tornando verdadeiros amigos, um ajudando o outro em suas dificuldades, mostrando a grandeza de uma amizade fantástica que dá força e coragem para que ambos enfrentem as adversidades da infância com o poder da imaginação.
Durante a narração da história percebe-se claramente duas linhas teóricas envolvidas na trama respaldando as ações psicopedagógicas dos personagens envolvidos. A primeira, de Pichon Riviere, tão bem explicita no momento em que o encontro dos amigos se solidifica a partir da deficiência de leitura que Max tinha. As sessões de leitura as quais era submetido antes eram vistas por ele como sessão de tortura. Com o auxilio de Kevin, a sua aprendizagem e o desenvolvimento da linguagem gradativamente começou a permear por todo o processo da construção do conhecimento. Com esse novo viés de ver a vida Max sai de sua redoma e começa a crescer em suas relações na escola e na família, rompendo com seus traumas.
Observa-se também como reporta a concepção junguiana, quando a mãe de Kevin visita a direção da unidade escolar para dialogar tentando incluir seu filho nas atividades esportivas na qual fora recusado. Portanto as relações de convivência que o filme mostra-nos atuam com grande importância proporcionando reflexão na escola, auxiliando-a a repensar seus valores e crenças com relação à diversidade e à igualdade;
Nesse filme está bem focalizado que o ambiente familiar influi decisivamente no desenvolvimento afetivo/social/cognitivo da criança, pois se estes não estiverem estruturados podem provocar distúrbios e/ou traumas que possam vir a dificultar a criança nos demais relacionamentos. Sem isto não terão uma auto-estima equilibrada, nem possibilidades de desenvolver aspectos relevantes envolvidos nessas relações como: emoções, curiosidades e imaginação que vai ser representado metaforicamente pelo livro em branco que Max ganha do seu amigo.
Ao se relacionarem informalmente com seus familiares, seus pares e adultos, nem todas as crianças crescem em ambientes que favorecem o seu desenvolvimento em todos os aspectos. A mensagem implícita colocada pelo filme pode parecer um paradoxo a de buscar nas diferenças, nas “imperfeições” um meio para unir-se aos outros numa atitude mais solidária e fraterna. Sabe-se que o campo que se delineia é vasto; olhar a diferença sem perder a dimensão da igualdade ainda é um dos maiores desafios educacionais da atualidade.
Justifica-se então a atuação do psicopedagogo como profissional capaz de colaborar para que a escola adote uma postura voltada à inclusão com competência para reconhecer a múltiplas dimensões do sujeito. Dessa forma, o especialista em psicopedagogia tem como meta resgatar o desempenho escolar do aluno, incluindo-o em dinâmicas de socialização num ambiente favorável para que o mesmo possa interagir, sentindo-se capaz de realizar atividades propostas de acordo com as suas especificidades, bem como: músicas, teatro, contos infanto-juvenil, jogos lúdicos e/ou outra atividades nas quais contribuam para a criação de uma prática assentada nas diferenças e que respondam aos desafios dos docentes na atualidade.
Por apresentar temas significantes como confiança, auto-estima, coragem, dificuldades na aprendizagem, relações de convivência, amizade, parceria e outras; a aquisição desse filme é recomendada para adolescentes, pais educadores e psicopedagogos no intuito de discutir esses temas que são do contexto de vida de todos os segmentos citados acima, tornando-se como fonte para a compreensão integradora do fenômeno da aprendizagem humana.

Justifica-se então a atuação do psicopedagogo como profissional capaz de colaborar para que a escola adote uma postura voltada à inclusão com competência para reconhecer a múltiplas dimensões do sujeito. Dessa forma, o especialista em psicopedagogia tem como meta resgatar o desempenho escolar do aluno, incluindo-o em dinâmicas de socialização num ambiente favorável para que o mesmo possa interagir, sentindo-se capaz de realizar atividades propostas de acordo com as suas especificidades, bem como, músicas, teatro, contos infanto-juvenil, jogos lúdicos e/ou outra atividades nas quais contribuam para a criação de uma prática assentada nas diferenças e que respondam aos desafios dos docentes na atualidade.