RELATÓRIO ACADÊMICO
quinta-feira, 19 de novembro de 2009 by Reciclagem de Artigos in

Este relatório tem como objetivo descrever a vida acadêmica na faculdade, refletindo sobre as práticas, e sobre o processo de ensino aprendizagem registrando a produção de conhecimentos a partir dos saberes docente.
A proposta de trabalho foi de proporcionar ao acadêmico a experiência e a reflexão sobre o que observou e percebeu durante todo o ensino superior a partir das experiências vivenciadas e registradas por escrito e das leituras para fundamentação teórica. E aprender a valorizá-la como tal para a sua própria formação profissional.
A Lei de Diretrizes e Bases Lei nº9. 394 sancionada em 20 de dezembro de 1996 traz inovações na amplitude dos processos educativos, tratando não apenas da aquisição do conhecimentos, mas dos processo formativos do cidadão.
A Constituição Federal aponta horizontes generosos e otimistas para a educação, indica o que queremos construir, o que desejamos para a educação em nosso país. Portanto, trata-se de algo que deve ser construído, não é dado, não está pronto. Aponta uma preocupação com o indivíduo, a coletividade e a vida produtiva.
A nova LDB muda muita coisa, porém o faz incentivando transformações nos vários níveis de ensino do que ordenado rigidamente normas estatutárias. Outra novidade é exigir das universidades públicas um mínimo de oito horas semanais de aula ou trabalho direto com os alunos. Entre as novas liberdades está a de cada universidade organizar seu vestibular como queira. Contribuição fundamental ao aprimoramento do ensino superior é a obrigatoriedade prescrita pela lei de que um terço dos professores tenham títulos de mestre ou doutor, estabelecendo um prazo de oito anos para que isso seja alcançado.
É notório o fato de que a educação brasileira está muito aquém do desenvolvimento socioeconômico que já alcançamos e constitui, por isso, fator de atraso e subdesenvolvimento que a nova lei aponta caminhos para superar.
Uma bela virada da nova lei é o estimulo para que se dêem cursos de educação a distancia, para os três níveis de ensino, com uso das novas tecnologias didáticas. Com essa medida o Brasil passa a ter acesso á grande inovação educacional das ultimas décadas que é a educação a distância.
A nova LDB trata da realidade educacional de maneira mais abrangente e flexível superando a fragmentação das leis anteriores, revaloriza a educação geral e afirma a importância da política educacional.
A lei por si só não muda a realidade educacional e não resolve os problemas educacionais. Essa tarefa também não é só das secretarias de educação do seu município ou do seu estado. Deve ser uma tarefa coletiva. Por isso, quando se discute a educação não podemos ficar indiferentes e deixar que os outros decidam por nós. Temos que participar de debate e influenciar nas decisões dos legisladores e dos dirigentes educacionais.
A determinação da LDB enfatiza que o professor em tempo integral tenha parte do tempo de dedicação ao trabalho voltado para a pesquisa e à extensão, como elementos indissociáveis do processo acadêmico universitário. Nada mais salutar que essa intenção do legislador. O problema das universidades em não conseguirem cumprir a norma de ter um terço de docentes em tempo integral não se refere a uma falta de visão acadêmico-científica dos dirigentes universitários, sendo mais uma questão de gestão econômica das Instituições
A LDB ressalva para a educação superior um conjunto de princípios que indicam alterações para esse nível de ensino direcionado de um lado pelos processos de descentralização e flexibilização e de outro por novas formas de controle e padronização por meio de processos avaliativos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Vale ressaltar o artigo 207 que atende ao disposto no artigo 52 da Lei de Diretrizes e Bases-LDB (9394/96), regulamentada pelo Decreto n° 2207 de 15 de Abril de 1997 no artigo 5°, que reza pelo princípio de que as universidades devem obedecer ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Bem como a LDB (9394/96) no Capítulo IV da Educação Superior, artigo 43, inciso I a VII trata da finalidade da educação superior.
Vige entre nós a noção de universidade como organização sistematica de oferta de aula. No aluno esta cristalizada a imagem: vai à universidade assisitr aulas e fazer provas, se passar estará “formado”. Logo, a mediocridade acadêmica não se resume `a aula copiada que apenas ensina a copiar. Escutar aulas, tomar notas, decorar e fazer prova é repasse e cópia não constroi nada de distintivo, não educa.
A base da educação é a pesquisa, aluno precisa pesquisar, ser parceiro do trabalho, não só assistir aula e ser ouvinte domesticado. Quem pesquisa tem diretrizes e simplesmente não repassa analisa e discute dando vazão a outras vertentes do conhecimento.
Dentro de um novo mundo que deve ser construído, torna-se indispensável uma visão global da responsabilidade social, questão esta que passa obrigatoriamente pelas universidades, pois se a instituição tem algum grau de influência em algum espaço, até aí vai a sua responsabilidade social.
O corpo docente da universidade deveria estar devidamente preparado para responder aos desafios contemporâneos, especialmente `as questões em sala de aula, pelo desenvolvimento de sua prática pedagógica, pois o foco central do sucesso da atuação do professor está em sua formação, vale dizer que essas práticas e atualizações precisam ocorrer da forma mais abrangente e revolucionária possível, e que o ensino objetive a aprendizagem através do envolvimento integral do aluno.
LIBÂNEO (2003, p.3) cita que:
Poucas universidades brasileiras têm uma política definida em relação á formação de professores para o ensino fundamental e médio. Há um desinteresse geral dos Institutos e Faculdades pelas licenciaturas. Com isso, os professores saem despreparados para o exercício da profissão, com um nível de cultura geral e de informação extremamente baixo.
A essência do que acontece na universidade é a qualidade e eficácia do ensino por parte dos professores, e a qualidade e eficácia da aprendizagem por parte dos alunos. Ou seja, a universidade existe para que os alunos aprendam conceitos, teorias; desenvolvam capacidades e habilidades de pensar e aprender formem atitudes e valores e se realizem como profissionais e cidadãos.
É para isso que são formulados os projetos pedagógicos, os planos de ensino, os currículos, os processos de avaliação. É para isso que existe a gestão dos cursos e departamentos. Portanto, se há algum lugar mais propício para promover mudanças e inovações em vista da melhoria da qualidade de ensino, esse lugar é o curso, com seus professores e alunos, e a forma, a gestão participativa.
A aprendizagem universitária está associada ao aprender a pensar e ao aprender a aprender. O ensino universitário precisa hoje ajudar o aluno a desenvolver habilidades de pensamento e identificar procedimentos necessários para apreender. A metodologia de ensino, na verdade, não diz respeito unicamente às técnicas de ensino, o uso do vídeo, do trabalho em grupo, da aula expositiva. Metodologia é como você ajuda seu aluno a pensar com os instrumentos conceituais e os processos de investigação da ciência que você ensina.
Para cobrir essa lacuna e distância entre aluno e professor, só mesmo a reflexão: o que faço o que digo tem ressonância, significado, importância para o aluno?
Cabe certamente dizer que o aluo comparece cada vez menos preparado, e os dados sobre rendimento escolar comprovam isto sarcasticamente. É mister, porém, levar em conta que este aluno foi trabalhado, na educação básica, por professores formados nas instituições de educação superior. Neste sentido, colhe-se o que se planta.
Então, o que fazer e como fazer, em termos de metodologia das aulas no ensino superior? É impossível numa mesa redonda oferecer um conjunto completo dos modos de fazer essa junção entre o conteúdo e o desenvolvimento das capacidades de pensar. Em todo caso, a idéia-chave é simples: ensinar é colocar o aluno numa atividade de aprendizagem. A atividade de aprendizagem é a própria aprendizagem, ou seja, aprender habilidades, desenvolver capacidades e competências para que os alunos aprendam por si mesmos.
Nas escolas de hoje há pouca chance de um professor isoladamente mudar, contamos com ajuda do currículo, mesmo sabendo que sua aplicação depende do professor. Para isso exige que tenha um maior conhecimento da cultura, capacidade de improvisação, planejamento e trabalho a partir dos erros ou dos obstáculos encontrado pelos alunos.
Refletir sobre o próprio ensino exige espírito aberto, responsabilidade e sinceridade.
A reflexão leva a repensar o currículo, a metodologia, os objetivos; quem é o aluno que esta a minha frente, que quer, de que precisa o que entende qual a linguagem adequada para dialogar com ele.
Os problemas centrais das licenciaturas apenas serão resolvidos, na verdade, com a implantação de mudanças drásticas na atual condição do profissional da educação. Ao mesmo tempo, fazem-se necessários estudos e pesquisas que respondam a questões essenciais, como "O que é formar professores?" ou "Como formar professores?". Além disso, as universidades e demais instituições de ensino superior precisam continuar trocando informações e buscando, em experiências mais significativas, a chave para as questões que dizem respeito aos cursos de formação docente no país.
A Universidade tem um papel primordial no processo de desenvolvimento humano, porque ela prepara, primordialmente, a geração de hoje para cuidar de uma geração ainda não nascida.

DESENVOLVIMENTO
Relatar a trajetória da minha vida acadêmica é um grande desafio, com muita alegria iniciei meu curso de Pedagogia pela UNOPAR tudo era novo pra mim a começar pelo próprio curso a distância. O EaD não tinha credibilidade era um assunto polêmico e trazia muitas divergências, mas hoje esse tipo de ensino vem conquistando o seu espaço.
É sabido que, não é a modalidade de ensino que determina o aprendizado, seja ela presencial ou à distância, aprendizagem é sinônimo de esforço e dedicação de cada um.
É importante salientar que no inicio do curso não tínhamos clareza das ações e estratégias pedagógicas, nos preocupávamos em ter um acompanhamento que nos subsidiasse em todo processo. Mas tivemos o envolvimento direto de tutores graduados que atuaram no pólo, apoiando os alunos-professores tanto na parte metodológica quanto tecnológica em todas as disciplinas.
Nesse processo de aprendizagem, assim como no ensino regular o tutor tem que ser um mediador auto-disciplinado e auto-motivado para vencer a distância física entre educador e educando superando os desafios e as dificuldades que surgirem durante todo processo de ensino-aprendizagem.
Quando o tutor vem preparado o aluno percebe que ele não está brincando em serviço e assim, procura prestar mais atenção nas aulas e, motivado pela didática do professor, aprende mais
Fica impossível não falar na educação sem nos remetermos à educação a distância, que com todos os avanços tecnológicos proporciona uma maior interatividade entre as pessoas.
As atividades estavam vinculadas à práticas vivenciadas em sala de aula, cuja ênfase era relacionar com os fundamentos teóricos propostos na interdisciplina.
Muitos professores apresentavam uma abordagem unicamente teórica, sem qualquer articulação com suas vivências, enquanto outros apresentavam somente relatos de experiência, sem abordar os conceitos propostos. Com o avançar do curso notamos que os relatos foram sendo delineados, configurando-se em diálogos entre o seu fazer pedagógico diário e os pressupostos teóricos abordados por alguns autores propostos durantes as leituras.
A escola não nos preparou para esse mundo de pesquisa, incentivar o aluno a ir em busca daquilo que ele almeja. O sentido da pesquisa é de transformar o meio, um sentido solidário de crescimento e desenvolvimento..
O professor deve ensaiar textos científicos próprios, mas a grande maioria considera-se incapaz disso, ou acha que isso não é tarefa sua. Mas para ser um profissional da educação precisa da pesquisa como ferramenta científica e base educativa.
É comum encontrarmos professores que nunca escreveram nada, mas são apreciados por suas aulas interessantes, que transmitem sabor de originalidade nas sínteses e reconstruções próprias.
É mister ter um tema predileto buscando se atualizar e ser produtivo dominar alguma matéria com elegância clara, aprofundar-se e sair da condição de mero leitor ou espectador para assumir a de contribuinte eficaz, é necessário aprofundar-se nas leituras constantes, coleta de dados, informações, seminários, contatos instigadores, biblioteca própria com livros, revistas, vídeos com o tema sempre renovado.
O professor destituído desses interesses não desenvolveu ainda personalidade profissional, ainda está na fase de gostar de qualquer coisa, não sabe proferir teorias e autores vai a qualquer seminário e sai como entrou não se alimenta constantemente de termos teóricos e práticos, vive modismos, modismo é coisa típica de que não tem cabeça própria, vive a sombra dos outros e aprecia ser mero discípulo.
Somos aquilo que fazemos, nossa identidade profissional é o esteio da nossa identidade pessoal. Na atualidade o currículo vem assumindo lugar de destaque no conhecimento pedagógico e eu preciso ter um caminho a nível de temas, conteúdos sem me conformar com o que vem pronto, levar além do limite, colocar minha afetividade tornando produtivo e prazeroso. O currículo não fornece receitas prontas ou meios, mas sinaliza as necessidades dos tempos trazendo as variedades de opções.
Aluno tem que ter opções para questionar. Porque a escola é o momento para se firmar como pessoa, é o primeiro caminho para a transformação.
O sistema influencia a nossa prática no magistério, somos vitrines e tudo o que pregamos a platéia ouve e vivencia. A educação hoje necessita de professores capazes de estabelecer cumplicidade e solidariedade verdadeira na busca do conhecimento, o momento que vivemos provoca uma atitude de reflexão comprometida com a ação.
A sociedade precisa de uma elite pensante, criativa, crítica que se forma para maquinar soluções adequadas para os problemas mais intrincados que possam aparecer inclusive descortinar o futuro.

CONCLUSÃO
Compreendi através de toda reflexão crítica durante o curso que, a educação deve ser entendida como prática libertadora, conscientizando e mostrando esta necessidade; comparando a nossa realidade com a outra que nos é passada como ideal.
Muitos e muitos foram os conhecimentos que pude alcançar e/ou aprimorar. Também houve outros que quase nada acrescentaram devidos já ser conquistado com a experiência em sala de aula ou estudos durante toda minha jornada escolar e profissional. Estou orgulhosa de minha graduação e com anseio de continuar essa caminhada, que para mim, não se encerra aqui.
Relato alguns dos meus passos e dificuldades para chegar ao final do Curso Superior e assim proporcionar uma melhor compreensão da nova visão que adquiri na busca de informações de um profissional apto para ser atuante na mudança para um futuro educacional melhor. Cada etapa da vida de um ser humano é composta por experiências que marcam de forma positiva ou negativa, que fazem parte da cultura, das raízes, dos círculos sociais em que se vive...
Essa experiência me deu uma sacudida para a vida, me fez entender que o mundo, a sociedade, está aí para isso mesmo, nos desafiar e a partir daí perceber que somos capazes de muitas coisas quando nos conscientizamos e nos dispomos para tal.
Concluo que apenas iniciei minha caminhada em direção a novos olhares na educação e que continuar este caminhar é preciso. Aprendi durante os anos de graduação que é preciso tirar as amarras de um olhar comum e se vestir do olhar - pensante curioso diante do mundo, que transcende as aparências e procura o que está por trás, os significados de fatos, comportamentos e ações pedagógicas, na construção de minha competência. Na minha graduação o primeiro grande desafio por mim enfrentado foi na disciplina Tecnologia e Educação, pois sempre fui uma analfabeta digital, mas consegui dominar e vencer a grande dificuldade que me assustava.
Acredito que a educação deve formar sujeitos históricos, ativos, criativos, críticos, capazes de adaptar, transformar e reinventar a sociedade em que vivem, portanto o centro de qualquer reforma educacional deve ser o professor, pois é ele quem faz a ação educativa e poderá auxiliar no possível sucesso das reformas.
Precisamos ter a postura de investigadores e questionadores, não podemos ficar paralisadas no desconhecimento do que está por trás das reformas educacionais que nos atingem.
Estou sempre refletindo diante dos problemas no dia-a-dia. Questiono-me sempre se não estou a serviço de uma ideologia para garantir interesses de classes. Os desafios são muitos e a cada dia sou convidada a refletir sobre a minha prática pedagógica, mas hoje me vejo com mais liberdade para questionar, inclusive a mim mesma, pois tenho conhecimentos que antes não tinha e principalmente porque tive coragem de fazer mudanças na minha prática pedagógica e na minha postura profissional.
Sei que não basta parar por aqui e acredito que tudo que aprendi são conhecimentos definitivos. O mundo está em constante transformação e evolução, cabe a nós acompanharmos estas mudanças sempre com um olhar sensível e crítico.
Acredito que apenas comecei a trilhar um longo caminho e que precisarei estar em constante atitude de abertura e acolhimento para novos estudos e conhecimentos.

Trabalho apresentado ao Curso de Pós-Graduação LATO SENSU /PSICOPEDAGOGIA – para Metodologia do Ensino Superior II Ministrado pela professora Rosangela Nascimento.
Pós-graduanda Karmem Amambahy

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

LIBÂNEO, José Carlos. QUESTÕES DE METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR – A TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL DA ATIVIDADE DE. Palestra realizada na UCG no dia 5 de agosto de 2003.

http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=11260
Acesso em 01 de julho de 2009

Constituição - Republica Federativa do Brasil 1988 Lei geral da Educação –Fundação Darcy Ribeiro.

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 4 ed. Campinas, SP: Autores Associados. 2000.