PENSANDO EM INSERÇÃO SOCIAL
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 by Reciclagem de Artigos in

Como as pessoas podem usufruir e buscar conhecimento para uma produção de uma consciência verdadeira?
Sabemos que a educação é um direito de toda pessoa, direito de ter acesso a práticas voltadas para alargar seus horizontes.
Quem são os excluídos?
Os sem- escola? E os sem-terra, sem-teto, sem-emprego, sem-salário, sem-saúde, sem-camisa etc. Essa imensidão de excluídos precisam ser incluídos, o mundo exerce uma pressão imensa sobre as pessoas. Obscurecendo a consciência, pois a ideologia é a própria organização do mundo.
Os vários estudos sobre a historia da educação brasileira mostram que, embora as diferentes reformas ocorridas com o propósito de ampliar as oportunidades educacionais tenham levado a expansão do numero de escolas, jamais conseguiram incluir alunos que nunca tiveram acesso a escola. Ao contrario, serviram para eliminar aqueles indesejados através de mecanismos sutis de descriminação aumentando o contingente dos excluídos por evasão e repetência.
O que ocorre na escola? Os alunos não possuem habilidade? Constata teoricamente a preocupação da escola pelo processo de escolarização de seus alunos nos diferentes projetos existentes no plano escolar; projeto pedagógico; projeto de reforço; diagnostico de alunos; temas transversais envolvendo diversas disciplinas etc. os discursos parecem condizentes com as propostas, no entanto os dados de observação das aulas evidenciam uma grande distancia entre a intenção e a ação.
Na maioria das vezes os planejamentos são meras atividades burocráticas a ser cumprida devido a exigência administrativa ou pedagógica e não como uma referencia tanto para a ação no cotidiano como para avaliação dessas ações.
Atribui-se então o fracasso ao próprio aluno sem se ater ás condições de aprendizagem oferecidas pela escola e a outros fatores intra-escolares. Diante disso na realização diagnostica deve-se ultrapassar a dimensão individual e abarcar também as implicações do contexto social.
E as Aulas de Recuperação? E o Conselho de Classe? Ai, Ai tornam-se repetição mecânica e a relação estabelecida com o aluno não resulta produtividade. Se o professor profetiza que o aluno (a) não será bem sucedido, isso acaba acontecendo porque o professor tende a lidar com ela como incapaz, não permitindo a aprendizagem e desenvolvimento.
A falta de fundamentação teórica que norteia o professor ocorre com frequencia, mesmo sabendo que o conhecimento deva ser o alicerce da sua formação.
De fato a realidade que se impõe a figura do professor, é nada animadora. A começar pela desvalorização e por certa aversão em relação a ele, uma imagem de profissão de fome, de pouco prestigio social, sem poder de decisão.
Há uma representação coletiva cristalizada que se manifesta em forma de preconceitos. É nossa realidade e tudo isso nos possibilita compreender melhor a pratica docente como a historia pessoal e familiar influenciam a percepção da criança pobre e sua família, a relação que se estabelece com os alunos e com os demais membros da hierarquia, as concepções sobre ensino-aprendizagem e que acaba refletindo em sua ação pedagógica.
ADORNO, Theodor (1995) Educação e Emancipação. São Paulo: Paz e Terra