FORMAÇÃO DE PROFESSORES E TRABALHO PEDAGOGICO:
terça-feira, 19 de janeiro de 2010 by Reciclagem de Artigos in

Já começamos, mais ainda estamos longe do fim.
Começamos por organizar ações pontuais de formação continua, mas evoluímos no sentido de enquadrar num contexto mais vasto de desenvolvimento profissional e organizacional.
Começamos por encarar os professores isolados e a titulo individual, mas evoluímos no sentido de considerar integrados em redes de cooperação e de colaboração profissional.
Passamos de uma formação por catálogos para uma reflexão na pratica e sobre a prática.
Modificamos a nossa perspectiva de um único modelo de formação dos professores para programas diversificados e alternativos de formação contínua.
Mudamos as nossas práticas de investigação sobre os professores para uma investigação com os professores e até para uma investigação pelos professores.
Estamos a evoluir no sentido de uma profissão que desenvolve os seus próprios sistemas e saberes através de percursos de renovação permanente que a definem como uma profissão reflexiva e cientifica.
A “refundação” tem muitos caminhos, mais todos eles passam pelos professores. Esta profissão representou, no passado, um dos lugares onde a idéia de escola foi inventada. No presente, o seu papel é essencial para que a escola seja recriada como espaço de formação individual e de cidadania democrática. Mas, para que tal aconteça, é preciso que os professores sejam capazes de refletirem sobre a sua própria profissão encontrando modelos de formação e de trabalho que lhe permitam, não só afirmar a importância dos aspectos pessoais e organizacionais na vida docente, mas também consolidar as dimensões coletivas da profissão.
É preciso dizer que nesse processo de reconfiguração da profissão docente e de invenção de uma nova identidade profissional a formação contínua ocupa um lugar decisivo. Os professores têm de abandonar uma atitude defensiva e “tomar a palavra” na construção do futuro da escola e da sua profissão.
Os anos 1980 não foram fáceis para os professores, tendo-se acentuado progressivamente os fatores de mal estar profissional. Mais do que uma profissão desprestigiada aos “olhos dos outros”, a profissão docente tornou-se difícil de viver do interior. A ausência de um projeto coletivo, mobilizador do conjunto da classe docente, dificultou a afirmação social dos professores, dando azo a uma atitude defensiva mais própria de “funcionários” do que de “profissionais autônomos”
Vivemos em uma época onde a busca por conhecimento é condição indispensável para o sucesso pessoal e profissional e neste contexto a atuação do professor na formação continuada possibilita desenvolver, multiplicar e aproveitar os talentos existentes em um processo de educação que abre perspectivas interessantes para o magistério ao oferecer condições de tratar a capacitação docente não apenas sob o viés da titulação e da pesquisa, mas da atualização, do contínuo aprimoramento, da revisão constante de sua prática, da troca de experiência com seus pares. Pouco se cumprem sua missão de educação e formação continuada. Porem todas as áreas de educação necessitam de um sistema aprimorado de formação de seus professores que privilegie a construção da formação do seu docente, em todos os seus aspectos, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento da autonomia e da identidade profissional.
. Neste sentido, a formação destes profissionais deveria abarcar os vários saberes necessários ao exercício da docência, que segundo Tardif (2005) são os saberes das disciplinas, os saberes curriculares, os saberes pedagógicos e os saberes da experiência.