MEMORIAL/REFLEXÃO
domingo, 3 de janeiro de 2010 by Reciclagem de Artigos in

MEMORIAL/REFLEXÃO

Elaborar um memorial não é tarefa fácil trata-se de uma auto-avaliação de resultados, da relevância das aulas, sobre a aprendizagem e das relações estabelecidas. Por conta disso foram levadas em consideração as condições, situações, dificuldades e reflexões que envolveram o desenvolvimento do meu trabalho aqui exposto. Este memorial foi elaborado com base na construção do meu aprendizado sobre o que analisei e aprendi das aulas, da importância de se praticar, vivenciar e refletir sobre a educação ambiental.
Em um primeiro momento de aula pensei no objetivo da disciplina e confesso que senti dificuldade de assimilar o meu papel naquele contexto, as questões foram surgindo às reflexões aumentando e eu silenciosamente repensando as minhas ações e participação naquela temática tão presente e ao mesmo tempo tão distante da nossa pratica diária. Notoriamente, os assuntos abordados transformaram em um novo pensar, numa forma de como nós professores temos muito poucas informações sobre nossa região, com relação à preservação, confesso que me deixou preocupada, pois têm tantos que freqüentam a escola e tem pouca consciência do meio ambiente, quanto àqueles que não freqüentam as escolas, temos que aprender mais e mais. Reconheço que ainda há pouca consciência e construção de uma responsabilidade pelas relações com a natureza. “Desse modo não se efetiva na prática, devido à carência de pessoal qualificado, sendo que a prática é a base para buscar a fundamentação teórica, na construção do conhecimento.” o processo se dá de forma desarticulada dos problemas ambientais vivenciados pelo aluno, porque não possibilita a aplicação dos conhecimentos à realidade local, para que o aluno se sinta potente, com uma contribuição a dar, por pequena que seja, para que possa exercer sua cidadania desde cedo. Entretanto este caminho precisa de reflexões profundas sobre os conflitos que envolvem o ser humano. Sendo a necessidade da Educação Ambiental também descrita por Müller (1999), como modo de promover uma consciência capaz de gerar atitudes que alterem os comportamentos atualmente geradores de problemas ambientais.
Nota-se também, que possivelmente a falta de contato ou da prática cotidiana da educação ambiental pode levar o aluno ao esquecimento e, conseqüentemente, a uma estagnação de hábitos e comportamentos não adequados numa visão ambientalmente sustentável. Por isso se faz necessário incorporar em seus hábitos, comportamentos que venham, no mínimo, minimizar os impactos causados ao meio ambiente. Sendo que também, como professores, podemos disseminar uma nova perspectiva de vida em sociedade de uma maneira sustentável, que só poderão ser alcançados com a revisão dos valores humanos, das atitudes éticas e dos comportamentos concretos, tanto dos homens entre si, como destes, com a natureza.
Sinceramente foi um despertar, para um olhar mais significativo para o que realmente esta acontecendo com nosso planeta, um acordar para a gravidade do problema em que estamos enfrentando, e vivenciando de braços cruzados. Precisamos acordar contribuir, pensar coletivamente, ficar atento e mudar, além de prejudicar a nós mesmos estamos prejudicando as próximas gerações.
A visão de ambiente naturalizado esta presente nas práticas e nas visões de muitos profissionais da educação que trabalhavam nessa questão, mas distante da nossa realidade.
As perguntas reflexivas provindas do professor tiveram como objetivos fomentar a reflexão coletiva quanto a um novo pensar da ação e da prática pedagógica na perspectiva da Educação Ambiental a vida.
A realização das aulas, estudos de textos estimulou debates sobre concepções da relação homem/ambiente promovendo nova prática pedagógica sensibilizadora. Os diálogos reflexivos sobre o pensamento do grupo frente às dinâmicas realizadas em sala de aula.
Proporcionou conhecimentos e níveis da consciência que estimulados instigam a sensibilidade e a imaginação, possibilitando olhar, avaliar e refletir sua realidade como sujeito inserido dentro de um determinado contexto, que deverá ser refletido no âmbito social e possibilitar o despertar de um novo comprometimento dos professores com a realidade social em que estão incluídos.
As técnicas utilizadas durante as aulas foram relevantes para o processo de sensibilização, provocou tempestades mentais, estimulou o imaginário, frente ás imagens apresentadas nos slides, nos textos, a transformação do ambiente de estudo: a alteração na disposição da sala de aula que foi utilizada para estimular à sensibilidade a percepção visual do ambiente as relações entre o reconhecimento do semi-árido de pertencimento de sua região. Percebeu-se que as dinâmicas despertaram nos membros do grupo uma compreensão de ambiente, de conscientização de que a sala de aula também é um ambiente a ser trabalhado na prática da educação ambiental.
A sensibilização através de leitura e debate do texto da carta para 2070 que me causou um grande choque ate então nunca tinha parado pra pensar de verdade, de senti nessa possibilidade degradante e me perguntei estou fazendo a minha parte? Como ser humano? Como educadora? E isso criou vínculos de interesse para o desenvolvimento das atividades praticas.
Nos dois últimos séculos o homem destruiu o meio natural, confiante na idéia de que a natureza é infinita pensava que os danos seriam corrigidos. Hoje sabemos que muitos dos graves danos causados a biosfera não se corrigem por si. E ai esta a ameaça a sobrevivência humana. Ainda prevalece muito discurso e pouca ação.
O homem se coloca no centro do universo como se estivesse acima da natureza que pode usar e abusar dos recursos naturais. Ele é parte integrante da biosfera e sofrerá as conseqüências das profundas mudanças que estão ocorrendo. Comprometendo o seu padrão de vida e o futuro das novas gerações.
Um chefe “indígena do século passado Seatle dizia:” a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra.isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. O que acontece com a terra recairá sobre os filhos da terra; o homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios, tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. O que ocorre com os animais em breve acontecerá com o homem. Há uma ligação em tudo. O homem da sociedade moderna e industrial não percebeu que faz parte da natureza e que com ela deve manter uma intima interligação, pois jamais poderá destrui-la sem totalmente se destruir.
Diante de tudo isso é fácil perceber que a sobrevivência da humanidade depende de uma nova atitude do homem em relação à natureza. Somente uma mudança de mentalidade e na maneira de agir poderá evitar profundas alterações na biosfera que irá comprometer certamente o futuro das novas gerações. É preciso que se encarem os elementos da natureza como aliados e não como inimigos, ou meros recursos a serem explorados. Este é o desafio para os próximos anos ajudar com o nosso exemplo e como novas formas de pensar a natureza.
O trabalho do professor Marcelo como mediador entre a educação ambiental e os professores facilitou o conhecimento e propiciou momentos agradáveis de integração, refletindo sempre sobre o que via, ouvia, e, sobretudo sobre o que ensinava. Bastante criativo, e comprometido com a construção de uma sociedade sustentável e consciente em todas as dimensões: social, política, ética, econômica e ecológica, a fim de garantir o futuro do presente e das novas gerações.
Confesso que foi a partir desse estudo que despertei meu interesse pela preservação ambiental. Pelas propostas de ação como um possível caminho, por meio de vivências, consciência e com isso possibilitar um novo pensar, agir e sentir. Por fim é preciso respeitar as diferenças, saber e aprender lidar com os conflitos e as contradições e, a caminharem juntos para a conscientização sobre o meio ambiente e a melhora da qualidade de vida do planeta.


Resenha

MULLER, Jackson Educação Ambiental Diretrizes para a Prática Pedagógica edição FAMURS-Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul. 146p.

O Autor Jackson Muller é biólogo e professor da UNISINOS e FEEVALE; Diretor de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo/RS; Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente-ANAMMA/Região Sul, fundador do conselho de Dirigentes Municipais do Meio Ambiente – CONDIMMA/RS, Coordenador da I conferencia Estadual de Meio Ambiente. Colaborador Técnico da FAMURS, palestrante de todos os cursos de capacitação de gestores municipais de Meio Ambiente, é gente que escreve o que faz. Sua atuação como gestor municipal é referencia nacional como exemplo de experiência bem sucedida na área de Meio Ambiente.
A obra esta dividida em oito capítulos O livro propõe orientar e motivas as pessoas em especial aos educadores para que se comprometam num processo de conscientização e ação na preservação do meio ambiente.
O autor considera a necessidade de uma preparação e adequação rápida e flexível de planos e programas, de acordo com as circunstâncias dinâmicas do ambiente, citando os aspectos legais da educação ambiental com um breve histórico sobre as constituições brasileiras, e legislação.
Traz a seleção de conteúdos nas diferentes áreas do conhecimento com temas que podem ser aprofundados no enfoque ambiental desde a educação infantil e toda pratica pedagógica escolar. A compreensão dessas relações se dá na articulação de conteúdos significativos, válidos, interessantes e que possam ser construídos a partir de uma realidade sócio-economica-cultural.
Apresenta meio ambiente nos PCN, incorporando uma tendência transdisciplinar para a Educação ambiental como uma axiomática comum a um conjunto de disciplinas, que operam em vários níveis hierárquicos de colaboração e cooperação.
Com certeza contribuirá nas tarefas pedagógicas dos que acreditam na educação ambiental como meio de melhorar as relações com a natureza. Os temas dizem respeito à relação entre o homem e a natureza e seu estudo facilita a integração com as outras disciplinas. Alertando o indivíduo para uma visão crítica da realidade e uma atuação consciente no espaço social. A obra possibilita modos, meios, técnicas e recursos didáticos para a pratica de educação ambiental. Ela pode ser considerada como uma excelente base na qual se desenvolvam novas maneiras de viver sem destruir o meio ambiente, ou seja, num novo estilo de vida (MÜLLER, 1999)
A questão da educação ambiental é preocupante, é uma questão de consciência de cada sujeito, tem sido considerada uma necessidade para que a sociedade respeite as complexas relações e interrelações do meio ambiente, prevendo desenvolver atitudes e valores que permitam adotar uma posição para a resolução de problemas ambientais locais. E o caminho é a educação, uma árdua tarefa pedagógica que depende de parcerias que contribuam nesse projeto ambiental. Deve ser uma política de governo para defender preservar e proteger o meio ambiente.
O meio ambiente afeta a todos os seres humanos estão no centro das preocupações para uma vida saudável, produtiva e sustentável em harmonia com a natureza. Tanto é que a Constituição Federal em seu art. 225, caput, definiu que: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações”. Pensar no futuro é pensar em inovações que privilegiem abordagens integradas e que meritizem as questões ambientais que permeiem a qualidade de vida.
É necessário que as situações escolares desenvolvam relações sociais inovadoras que permitam preparar os alunos para o complexo mundo do futuro, bem como inteligência criadora, capacidade de ação, para que tenha condições de definir democraticamente os estilos de desenvolvimento de seus próprios países.
Os capítulos sete e oito indicam diversas técnicas e procedimentos de comunicação e expressão e recursos didáticos para a pratica. Todos os recursos teóricos oferecidos estão bastante claros com novos enfoques para a pratica pedagógica.
É claro que serão necessários estudos continuados a serem articulados nas diferentes realidades.
A estrutura esta coerente com os diversos elementos e temas que interagem na realidade brasileira com muitas diversidades. A obra oferece uma base cientifica e pedagógica para cada um dos temas enfocados com iniciativas inovadoras tendo como base também a mudança de atitude do professor em relação ao aluno e ao meio ambiente e do aluno com seu aprendizado e da comunidade escolar como um todo.
Parece-nos propícia a reflexão sobre o que disse certa feita Albert Einstein: “o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas, sim, por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”.
A apresentação da educação ambiental na obra revela preocupação nos currículos escolares, como forma de modificar atitudes e comportamentos da sociedade como um todo. As questões ambientais são multidisciplinares e transdisciplinares, mas devem ser enfocadas de forma a permitir a integração da pratica docente ao contexto ambiental.
Expandindo, explorando a realidade dos alunos e dos professores na sua região.
Estamos agindo como se fôssemos a última geração e a única espécie que tem direito à vida. Nossa ética, que não abarca os demais seres, não inclui sequer nossos filhos. A humanidade se aproxima da encruzilhada fatal. O que precisamos agora é frear, não brutalmente, mas suave e decididamente.
Alem do amor a natureza e do conhecimento de seus mecanismos, é preciso aprender a consolidar nossos ideais com relação aos destinos da sociedade em que vivemos e do planeta em que habitamos. Faz-se necessário a criação de mecanismos de divulgação da educação ambiental entre a população democratizando seus princípios e ideais. No entanto deve-se estar atento para que a EA não seja confundida com os modismos dos ditos movimentos ecológicos, o que pode ocasionar um enfraquecimento de seus reais propósitos.
A questão ambiental está distribuída de muitas formas na sociedade e segundo Paulo Freire, a crítica da sala de aula precisa torna-se a critica da sociedade e do meio ambiente.
A obra deve-se ainda contribuir para proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas de nosso meio, através de pequenas ações ambientais desenvolvidas nas escolas. As alternativas estão na própria escola, pois se entende que a escola é um espaço de construção coletiva, físico e mental, podendo então transformar a realidade através da proposta educativa, para que o futuro seja digno para todas as espécies que vivem em nosso planeta.
O professor é um agente de aprendizagem e só através de seus atos e ações promoverá no aluno o despertar consciente da proteção ambiental, tornando-se um integrante do processo.