OS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS
domingo, 3 de janeiro de 2010 by Reciclagem de Artigos in

Os pais devem saber exatamente como querem educar seus filhos. Devem determinar claramente suas aspirações a respeito. A criança de hoje é um futuro cidadão, um individuo que participará ativamente na vida social. Se o educarmos mal, o prejuízo não será apenas nosso, mas de todo o País. Assim é mister que um novo sistema de educação seja levado á efeito. O homem é o produto da sua educação e a vida social, a cultura, a moral – tudo pode ser transformado quando o elemento humano recebe uma educação adequada.
Existem conexões entre a educação e a política entre a educação e a cultura, entre a educação e a marcha da historia. A sociedade, em constante transição, passa de uma fase a outra. Uma nova sociedade não espera nos bastidores ate que a velha termine as suas reverencias de despedida. Desenvolve-se dentro dela e, quando atinge a maioridade, quebra a casca das leis, das instituições políticas e da cultura, tornadas obsoletas.
Quanto mais nos aprofundamos na Historia, mais nos convencemos da importância da educação. É esta que determina o espírito de todas as épocas. A vida social, política, intelectual e religiosa de um povo, constrói-se sobre a educação e em torno da educação. Sendo elemento fundamental na luta pela existência, é ela que condiciona e desenvolve a consciência dos homens. Mudando os métodos de educação, mudando as relações sociais.
Que valor podem ter os numerosos planos de sociedades ideais, se não se assentam numa exata compreensão das causas que se deseja eliminar? Para que tecer no ar plano de um Estado perfeito, se as condições sociais estão presas a forças educativas? Para que então sonhar com transformações, antes de compreender a natureza dessas forças? O que importa é conhecer o mecanismo íntimo da historia, a fim de poder-se modificar a sociedade de acordo com ele. É esse mecanismo intimo que educadores e governos ignoram ate agora. Os sistemas sociais não são mais do que um reflexo dos seus substratos educativos e por isso, podem ser mudados.
A educação é o alicerce da historia. A uma modificação do alicerce há de seguir-se uma alteração em todo edifício que ele suporta. Qualquer sistema social pode ser estabelecido onde e quando o desejamos. Nenhuma ordem social desaparece jamais antes que se tenha modificado os métodos de educação. Um sistema de sociedade, por mais perfeito que seja, só pode desalojar um sistema defeituoso quando se substituem as condições sob as quais a sociedade recebeu seu plano educacional.
Os princípios, idéias e categorias de uma sociedade, moldam-se pelas relações sociais decorrentes da educação. Os elementos de educação determinam a vida social política e espiritual do homem.
Vivemos numa época que não se ajusta ás verdadeiras necessidades do nosso corpo, da nossa alma, entre a grande multidão que, acima de tudo deseja continuar o regime da preguiça, do comodismo, do amoralismo, da fraqueza. Aos olhos dos outros chega a ser ridículo dizer a verdade, chega a ser ridículo manter-se fidelidade a palavra empenhada, chega a ser ridículo trabalhar honestamente, chega a ser ridículo não pretender uma sinecura, um emprego publico.
Uma grande maioria de professores não se convence de que o sentimento de honra, de moral e de espírito de luta e autoconfiança são mais importantes do que “passar nos exames” e ou nos concursos. E a juventude vive na mesma incompreensão.
Todo individuo que crê na existência do bem e do mal é considerado ou classificado de “ingênuo”. Da mesma maneira, que afirmar que a desordem da família e da escola é sempre um sinal de degenerescência e que a grande maioria das pessoas em nossa época se caracteriza pelo egoísmo, pela irresponsabilidade, pela indolência e comodismo, pela fraqueza do caráter, é classificado de pessimista ou mau cidadão.
Quanto aos que, bastante ousados para pensarem que a juventude deve ser, não desordenada a fraca, mas disciplinada e heróica, esses, como nós, podem ser classificados de utopistas. O certo é que há necessidade absoluta de uma renovação. É esse o propósito que transparece em todas as nossas obras – renovar a mentalidade do homem, através de novos métodos de educação.
E onde encontrar-se energia para transpor-se os obstáculos que impedem essa renovação? Como vencer a aversão ao sofrimento, ás privações, á disciplina? Numa educação com base na vontade forte, na auto-confiança, na coragem.
O homem só vence as dificuldades que se apresentam á sua frente, quando, das profundezas do seu Eu, sobem á tona, as suas energias interiores. E para avançar pelo novo caminho, necessita libertar-se dos erros do passado e das instituições que trazem a marca indelével desses erros, visto estar enfraquecido e deformado pelos hábitos contraídos desde a sua infância. É certo que não possuímos bastante energia para quebrar de uma vez os moldes no qual nos enquadramos. Mas de certo modo somos senhores de algumas das nossas ações.
Assim, pode cada qual, por um esforço voluntario modificar os seus hábitos de pensamento e de vida. Aprender a ser forte, lutador, corajoso, confiante, otimista, não é menos essencial do que comer e dormir, estudar numa escola e trabalhar. Importa, pois antes de qualquer coisa, que nos preocupemos em fazer com que as crianças sejam mais bem preparadas do que nós o fomos.
Esta obra como tudo o que temos escrito ate agora tem como objetivo libertar o homem de sua educação defeituosa, mostrar-lhe como corrigir as deficiências que impedem o seu desenvolvimento, e a sua felicidade finalmente dar-lhe uma certeza: é a de que o homem é sempre mais do que aparenta. Basta libertar-se do medo, da tensão emocional, dos complexos, adquirir o controle das suas emoções. Através desta obra você consegue isto.