METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR
terça-feira, 19 de janeiro de 2010 by Reciclagem de Artigos in

[...] Como entender hoje o dialogo na educação?
[...] O dialogo pode estabelecer-se talvez no interior da escola, da sala de aula, em pequenos grupos, mas não na sociedade global.
[...] A ação pedagógica não se limita a escola, a organização da sociedade é também tarefa do educador.
[...] O que ocorre na pratica de ensino é que alguém ensina que alguém aprende que alguém provoca a aprendizagem, a estimula, à testemunha, etc. – papeis diferentes – e que também há uma relação educadora em que ambos se educam e aprendem.
[...] O dialogo está definitivamente incorporado á tarefa de educar e de conhecer. No ato de conhecer e de pensar, estabelece-se uma relação dialógica, existe sempre o outro: o conhecimento precisa de uma expressão e de uma comunicação. Não é um ato solitário p.(28)
[...] Paulo Freire define a educação como a “experiência basicamente dialética da libertação humana do homem, que pode ser realizada apenas em comum, no dialogo critico entre educador e educando (...), um momento da experiência dialética total da humanização dos homens”p(29)
[...] Algumas contradições práticas evidenciam essa tensão entre dialogo e conflito, entre unidade e oposição, tão próprias do cotidiano escolar:
• Disciplina e Liberdade
Todos nós, professores, sempre tivemos, na pratica escolar, problemas de disciplina. Eles fazem parte da nossa pratica do ensino e aprendemos com eles. Nenhum curso, nenhuma fórmula existe para evitá-los. Precisamos é tirar ensinamentos deles.
• Tolerância e intolerância
Como professores não podemos escapar a certos rótulos. Os alunos nos julgam, ora intransigentes, ora tolerantes. Alguns professores acabam se acostumando com o papel que lhe é atribuído, incapazes de manter atenção dialética entre esses dois lados, sem considerá-los como momentos diferentes de um mesmo processo. Uns se comprazem em serem chamados de tolerantes, os “bonzinhos”, e outros se comprazem em serem “exigentes”.

• Saber e consciência
Competência técnica e compromisso político, professor-policial, professor-povo etc. não faltam rótulos no saber e consciência. Os exemplos poderiam multiplicar-se. A pratica educativa é sempre muito mais rica do que teoria. As teorias pedagógicas sofrem, com a prática, certas distorções que podem levá-las a desfigurarem-se completamente p(31)
[...] A pedagogia do dialogo contribuiu para o desenvolvimento da pedagogia contemporânea, para a compreensão da instituição escolar, desmistificando a superioridade natural do mestre,desmistificando a idéia da superioridade moral de alguns homens sobre outros ou que ocupam funções superiores a outros ou porque são mais competentes p(31)

[...] A questão da educação nunca esteve separada da questão do poder. Essa relação entre educação e poder acompanha o desenvolvimento de toda a historia das idéias pedagógicas. O que existe de novo em cada época é que essa relação é vista de maneira diferente e suscita novas questões. A educação não é um processo que se repete sempre da mesma foram. Existe uma leitura histórica diferente em cada época do que se entende e do que se quer da educação p(32)
A educação passou a ser o lugar da denúncia da própria educação e a escola tornou-se uma instituição em conflito como qualquer outra. Os poderes instituídos temem a escola, principalmente a universidade, pelo seu potencial critico e pela capacidade de mobilização social p(32)
[...] Há uma crise da educação de suas finalidades, que não é apenas reflexo da crise da sociedade; a crise da educação é fruto dessa reeducação do próprio educador como profissional da educação, numa época em que ele deixou de ser mestre para tornar-se um profissional de massa e mal-remunerado. Aprendendo nas ruas, ele descobre que havia depositado muita confiança na escola e nas reformas escolares. Daí ele se interrogar sobre a sua função na sociedade, sobre as finalidades de sua pratica. Essa questão não se resume apenas em saber se o educador reproduz ou pode transformar a sociedade. A relação entre educação e poder é muito mais complexa p(33)
[...] A escola é um organismo vivo. A rigidez e a inflexibilidade burocrática não impedem por muito tempo a inovação pedagógica. As contradições internas não podem ser totalmente absorvidas, começa a aparecer a defasagem entre o apregoado e planejado e a realidade, entre o plano ideal e o plano real, entre o regimento, a legislação e a realidade, enfim entre as exigências do sistema e os seus resultados. E assim a escola entre em crise, uma crise benéfica em que obriga a sociedade civil, e o Estado a encontrarem soluções novas e uma revisão de modelos educacionais cristalizados p(36)
[...] A pratica educativa é um complexo de atos e de conhecimentos, de decisões e de atenção que ultrapassam as possibilidades de uma teorização global p(39)
[...] Falar e escrever o que observamos e praticamos e achamos que deve ser dito, isso talvez valha a pena fazer. Os leitores, porém, continuarão sendo os únicos capazes de comprovar se isso é verdadeiro ou não.p(39)
[...] O papel do pedagogo é educar e educar supõe transformar e não há transformação pacifica. Ela é sempre conflituosa. É sempre ruptura com alguma coisa, com preconceitos, com hábitos, com comportamentos, etc.Nem sempre estamos dispostos a enfrentar o conflito, mas só assumindo esse risco é que podemos nos tornar educadores. O educador é aquele que não fica indiferente, neutro, diante da realidade. Procura intervir e aprender com a realidade em processo. O conflito, por isso, está na base de toda a pedagogia p(40)
[...] O referencial maior dessa pedagogia é a práxis, a ação transformadora. Práxis, em grego, significa literalmente ação. Fazer pedagogia é fazer prática teórica por excelência p(41)
[...] Em pedagogia, a pratica é o horizonte, a finalidade da teoria. A educação é ao mesmo tempo promessa e projeto. Por isso a educação é também utopia p(41)
Didática do Ensino superior
[...] A didática se interessa, preponderantemente, em como ensinar ou como orientar a aprendizagem. A aprendizagem é o ato de o educando modificar o seu comportamento, resultante do seu envolvimento em um estimulo ou situação. Qualquer aprendizagem pode ser intelectual, emotiva ou motora.Quanto a maneira de aprender, nota-se que não há uma única forma de proceder, pode variar segundo os objetivos almejados e a tarefa a ser aprendida p(44)